sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Hurritas

Os hurritas eram não-semitas os quais, antes do começo do segundo milênio a.C., migraram da região sul do Cáucaso para região nordeste da Mesopotâmia. eles aparecem pela primeira vez nas páginas da história cerca de 2400 a.C. na região da cordilheira de Zagros, a leste do Rio Tigre.




Origem

O principal problema existente na hora de estudar sobre os hurritas é a escassez de fontes diretas.

Consta que em sua origem eram um povo indo-germânico ou indo-ariano, procedente do Cáucaso Ocidental. Teriam migrado para o ocidente juntamente com os cassitas e se estabeleceram no Mitani, formando na região um poderoso Estado denominado reino do Mitanni.

Em 1887 nos arquivos de O-Amarna (Egipto) encontrou-se uma carta de um rei de Mitani, Tushratta, escrita em um idioma que ao princípio se chamou mitano. No entanto, cedo saíram à luz os arquivos hititas de Hattusa, onde à língua dos mitani se lhe chamava hurrita, de onde tomou seu nome o povo que a falava.

Estes documentos hititas têm sido a principal fonte para o conhecimento da cultura hurrita, ainda que também têm resultado úteis documentos de outras potências (Egipto, Babilonia, Ugarit) e restos arqueológicos. Particularmente interessantes são os documentos escritos tanto em idioma hitita como em línguas hurrito-urartianas, já que têm ajudado a decifrar partes importantes desta última língua.

Os hurritas apareceram pela primeira vez nos registros escritos da Mesopotâmia durante os dois últimos séculos do terceiro milênio a.C. Até a metade da década de 20, muito pouco era sabido sobre esta etnia além da alusão bíblica aos horeus. Contudo, agora se crê que eles e outro grupo denominado de Subários foram um componente importante da população da Mesopotâmia durante o final do terceiro e início do segundo milênio a.C..

A história hurrita é reconstruída com base em dados onomásticos. A concepção é formada nos termos de onde os nomes hurritas são encontrados, pode-se identificar sua presença. O mais recente registro de tais nomes encontra-se em um tablete dedicatório de Samarra, o qual data de antes da dinastia de Ur III (c. 2150 a.C.).

Após a vitória dos Gutis sobre os últimos reis de Acade, os hurritas parecem ter inundado o lado setentrional da Mesopotâmia, especialmente a terra a leste do Tigre. As excavações em Mari, no médio Eufrates, cerca de sete milhas ao norte de Abou Kemal, empreendidas desde 1933 pelo Museu do Louvre, descobriram um número extenso de tabletes hurritas. A esta fase inicial da literatura hurrita, cerca de 2400 a 1800 a.C., pertencem alguns dos textos religiosos encontrados na antiga capitalhitita de Hattushash,na Ásia Menor.
Duas inscrições são importantes neste testemunho: a inscrição do leão fundacional de Tisatal de Urkis e o próprio tablete dedicatório de Arisen, príncipe de Urkis.

Fontes arqueológicas

As primeiras escavações começaram nos anos vinte e trinta, na Síria e Iraque, e foram dirigidas pelo arqueólogo Americano Edward Chiera, e o britânico Max Mallowan.
Hoje em dia muitas equipes de diversas nações estão a trabalhar na zona com ajuda das autoridades sírias.




A maioria dos restos arqueológicos revelam cidades com uma história que começa no Neolítico e chega ao menos até o período romano, com a exceção dos restos de Urkesh. Para a datação do material encontrado costuma ser muito útil a chamada «cerâmica do Khabur», típica da cultura hurrita.

História

Acompanhando os cassitas e hititas na sua invasão à Mesopotâmia, os hurritas conquistam a região conhecida como Mitanni no extremo norte da Mesopotâmia estabelecendo lá a sede de seu reino na cidade de Nuzi, e conquistam a Assíria que fora atacada 75 anos antes pelos cassitas e estava debilitada, unindo-a ao seu nascente império. Os hurritas passaram a expandir-se no norte da Mesopotâmia, aproveitando que os cassitas não estavam interessados pela região, e sim na Acádia e Suméria e nem aí estabeleceram reinos ou dinastias, pois estavam apenas interessados em tributos e pilhagem, e quem não os pagasse era invadido e pilhado.

Nomes hurritas foram encontrados em documentos de Alalakh no oeste, em Chagar Bazar no norte e Dilbat no sul, datados do período dos quatro últimos reis da dinastia de Hammurabi (c. 1750-1595 a.C.).

Por volta de 1635 a.C., no meio do reinado de Hattushilis I, encontramos a primeira incursão militar registrada na história. John Bright diz que “ antes da metade do décimo sexto século, existia um reino poderoso na parte leste e central da Ásia Menor, porque encontramos o sucessor de Labarnas, Hattusilis I, fazendo incursões para o sul contra a Síria ... e atacando Yamkhad (Aleppo).”




Entre o reinado de Telepinu (c.1525-1500 a.C.) e o de Zidanza II (c. 1480-1470 a.C.) ocorreu uma mudança em Kuzzuwatna que levou os hurritas ao poder. Por volta da mesma época está em cena a dinastia dos reis mitânnicos, que reinaram ininterruptamente em Wassukanni na Alta Mesopotâmia até cerca de 1370 a.C., quando o imperador Suppiluliuma I destruiu o Império de Mitanni e instituiu Kurtiwaza como governante.

As cartas de Amarna demonstram o pedido de ajuda da parte de Tushratta ao Egito, contudo, em vão. Tushratta não só perdeu o trono como, também, a vida.

Os Estados Hurritas

Entre os numerosos estados que fundaram, destaca o de Mitani, que foi uma das grandes potências de sua época.

Após a queda do império de acadiano, os hurritas fundaram uma série de reinos entre os que destacam os seguintes:

Urkesh


Ruínas de Urkesh.

O primeiro estado hurrita documentado é o criado em torno da cidade de Urkesh, que já se encontra registrado em documentos do 2100 a. C., procedentes de Ur. Urkesh não gozou de independência durante muito tempo, já que a começos do II milénio a. C. o reino amorreo de Mari impôs seu domínio político sobre a zona. Ademais, os assírios fundaram algumas cidades importantes na zona durante o século XVIII a. C., o que reduziu ainda mais a margem de manobra de Urkesh.

Alepo, Alalakh e Kizzuwadna

Desde Urkesh os hurritas se expandieron ao oeste, e converteram-se no elemento cultural dominante na zona. A partir de finais do século XVIII a. C. é possível encontrar referências hurritas em Alepo, Alalakh e Kizzuwadna. Enquanto Alalakh e Alepo enfrentaram-se continuamente com os hititas, sendo derrotados em tempos de Mursil I (finais do século XVII a. C.), o reino de Kizzuwadna (que alguns historiadores traduzem como ‘Terra dos Hurritas’) se manteve independente e como uma potência a considerar até o reinado do hitita Tudhalia I (finais do século XV a. C.), que o reduziu a vasalagem. Ainda reduzido a vasalo, Kizzuwadna conservo sua independência até a época de Shubiluliuma I (mediados do século XIV a. C.), que converteu a Kizzuwadna em província hitita.

Mitani

Apesar das derrotas a mãos dos hititas, os hurritas continuaram sua expansão e migração, desta vez para o sul. O saque de Babilonia a mãos do rei hitita Mursil I e o conseguinte ascensão de uma dinastía casita nesta cidade, unido a um período de debilidade em Hatti depois do assassinato de Mursil, provocou um vazio de poder no que apareceu um novo reino hurrita, Mitani.




Apesar das derrotas iniciais a mãos do faraón Tutmosis III, Mitani conseguiu conter o avanço egípcio e cedo converteu-se em uma grande potência durante o século XV e começos do século XIV a. C., chegando a saquear Assur. A ascensão do poder hitita baixo Shubiluliuma I (mediados do século XIV a. C.) arrebatou a Mitani a maioria de seu território e reduziu-o a um pequeno estado vassalo, que foi posteriormente incorporado a Assíria na época de Salmanasar I.

Entre os vassalos de Mitani, teve outros reinos hurritas de especial importância; junto aos já mencionados Alepo, Alalakh e, possivelmente, ainda que durante um curto período de tempo, Kizzuwadna, cabe destacar o reino de Arrapha, centrado ao redor da moderna Kirkuk, e que foi incorporado ao império assírio durante o século XIV a.C.

Após Mitani

Depois da conquista de Mitani, o carácter hurrita dos reinos da zona não mudou, ainda que estiveram submetidos tanto aos hititas como aos asirios. No entanto, depois da queda do império hitita, desaparece a principal fonte documental sobre os hurritas, e não está claro que sucedeu com eles - parece que na região, o idioma hurrita deixou de se falar e foi substituído pelo arameu.

Na mesma época aparece Urartu, um novo reino emparentado com os hurritas, mas que não era directamente descendente destes, o que pode observar em seu idioma, relacionado mas não herdeiro do hurrita.

Alguns historiadores acham que os hurritas podem ser antepassados dos curdos, e que é possível rastrear nestes rasgos culturais desta cultura.

Cultura




A cultura hurrita é principalmente conhecida através de referências nos textos de Mesopotamia e do Império hitita, onde os hurritas exerceram uma grande influência (provavelmente através de Kizzuwadna). Em documentos de todo Oriente Próximo se encontram nomes hurritas, e estes documentos, junto aos restos arqueológicos, constituem a principal fonte de conhecimento sobre a cultura hurrita.

A canção mais antiga que se conserva, provavelmente para ser tocada com acompanhamento de lira, é hurrita.

Elementos materiais




A cerâmica hurrita foi famosa na Antigüidade, sendo muito cotada em terras longínquas como Egito.

Junto à cerâmica, os hurritas destacaram por sua habilidade metalúrgica, de tal modo que a maioria das palavras usadas pelos sumerios para referir a esta arte são de origem hurrita; no entanto, não têm ficado muitos restos do trabalho em metal dos hurritas, ainda que se supõe semelhante ao de Urartu.

Mas se há algo pelo que os hurritas são famosos é pela equitação; parece que um reino hurrita de Anatolia oriental, Isuwa, pode se traduzir como ‘terra de cavalos’. Provavelmente foram os hurritas os que introduziram os cavalos em Oriente Próximo.




Eram criadores fanáticos de cavalos, animais raros e quase desconhecidos entre os semitas; Introduziram o cavalo entre os semitas principalmente como arma de ataque durante seus constantes ataques à terra de Sinear e durante suas invasões. De acordo com relatos, esses animais seriam mais apreciados entres os hurritas do que o próprio homem. O cronista Kikkuli chegou a escrever uma verdadeira obra sobre a arte de criar estes animais, não deixando a desejar às técnicas de criações atuais. Chegavam até mesmo a treiná-los para não relincharem durante os combates, pois poderiam denunciar as tropas numa emboscada. Os hurritas também introduziram o carro de combate mais adaptado para a guerra, copiado pelos hititas mais tarde e empregados como arma à frente da infantaria.

Língua

A língua hurrita não se conseguiu descifrar do tudo, mas se sabe o suficiente dela para afirmar que não é nem indoeuropea nem semita. Usualmente, classifica-se como pertencente ao grupo das línguas caucásicas.

Destaca principalmente por ser uma língua aglutinante, que se escrevia em tabelas de arcilla com caracteres acadios, emparentada com a língua de Urartu.

Parece ser que desde finais do segundo milénio dantes de cristo ou princípios do primeiro, os hurritas abandonaram progressivamente sua língua e começaram a falar com a cada vez mais freqüência o arameu.

Política

Politicamente, eram organizados numa monarquia em que o mais ilustre dos guerreiros era o rei; estavam divididos em classes de guerreiros denominados Maryas.

Religião

Em termos religiosos, os hurritas eram politeístas. William Foxwell Albright
informa-nos que estes possuíam “um panteão definido, que naturalmente variava de distrito a distrito e de período a período, mas que era surpreendentemente estável.”

A religião é quiçá o elemento mais conhecido da cultura dos hurritas, pela influência que teve sobre todos seus vizinhos, especialmente o reino de Urartu, que adoptou a religião hurrita por completo, e o Império hitita. Ao cabo de verdadeiro tempo, quase todo Oriente Próximo, excepto Egipto e o sul de Mesopotamia, acabou incorporando elementos hurritas em sua religião.


Acima, relevo que retrata o rei Hitita Hattusili III
oferecendo uma libação a Teshub, deus da tempestade.

A influência nos hititas foi tal (provavelmente através de Kizzuwadna), que se produziu cedo um sincretismo entre a religião hitita e a hurrita, da mesma forma que muito tempo depois chegaram a se identificar a religião romana e a grega. Os principais deuses hurritas foram os seguintes (entre parêntesis a transcrição hitita do nome):

· Teshub (Teshup), deus da tormenta e figura do panteão hurrita. Identificou-se com Baal na antiga Síria.
· Hebat (Hepa), sua esposa, deusa da fertilidade e do sol. Identificou-se com Cibeles.
· Sarruma (Šarruma), o filho de ambos.
· Kumarbi, pai de Teshub.
· Shaushka ou Shawushka (Šauska), equivalente hurrita de Ishtar.
· Kushuh (Kušuh), deus da lua.

Junto a estes, têm sobrevivido os nomes de um par de deuses védicos, mas não parece que fossem demasiado importantes no panteão hurrita, já que em uma lista de cem deuses, estão citados como os dois últimos.
Os hurritas tiveram muitos centros religiosos de importância, em Kizzuwadna, e em muitas cidades estrangeiras como Hattusa ou Nínive. Em alguns reinos hurritas existia uma casta especial encarregada dos oficios religiosos, de maneira similar aos levitas dentro do judaísmo. Entre os mitos hurritas destaca particularmente o de As canções de Ullikummi, que conhecemos através dos hititas. Este documento contém uma história muito parecida à da teogonía de Hesíodo, com Anu no papel de Urano, Kumarbi no de Crono e Teshub no de Zeus.

Cronologia

· 2400 a.C. — Os Hurritas se instalam na Síria e na Anatólia.
· 1532 a.C. — Amósis, faraó do Egito, continuou a guerra de expulsão dos hicsos, iniciada por seu pai, conseguindo seu objetivo após dez anos de guerra contra Khamudi; termina os combates com vitória de Amósis. Ele expulsou os hicsos do Egito, perseguindo-os pela Canaã, Fenícia e Síria onde os hurritas talvez tivessem algum controle ou aliado, até a cidade de Karkemish junto ao rio Eufrates, onde se deteve em choque militar com um povo em marcha: os hurritas do Mitanni. Teve início de uma série de conflitos que duraria 132 anos.
· 1500 a.C. — inicia-se um longo período de guerras entre o Mitanni e o Egito sobre os ricos territórios da Síria, Canaã e Fenícia; durante quase 132 anos ininterruptos os dois povos disputaram palmo a palmo as regiões em litígios — ora um Estado obtinha a supremacia, ora outro.
· Morre Telepinus, rei hitita. Após sua morte, pouco se sabe sobre os reis que lhe sucederam nos dois séculos que se seguiram. Por quase 130 anos a história dos hititas se tornou um hiato: foi um período de pouca atividade militar, política e cultural fora das fronteiras naturais da Ásia Menor, somente explicado pela ascensão dos hurritas do Mitanni como potência local, entre a Ásia Menor, a Mesopotâmia e o Egito. Sucedendo a uma seqüência de reis fracos da qual Telipinus fora o último, assume o novo rei hitita, Alluwamnas, que inicia um novo período de glória na história dos hititas.
· 1475 a.C. — O rei de Mitanni, Parattarna, conquista o reino de Aleppo e instala Idrimi como vassalo.
· 1459 a.C. — logo após a morte de Hatshepsut, Tutmósis III lançou-se em combate pela Ásia para recuperar os territórios perdidos para os mitannitas, em 17 campanhas militares entre esse ano até o ano de 1439 a.C.; recuperou Canaã de imediato, mas teve de lutar bastante na Síria, onde os mitannitas haviam estabelecido fortes posições; o conflito durou mais de uma geração. Tutmósis teve de renunciar aos pontos mais distantes do Eufrates, fixando a fronteira com os mitannitas entre a Síria e Canaã. Lançou-se também em campanhas contra a Núbia, onde estabeleceu a capital provincial em Napata, perto da 4.ª Catarata.
· 1423 a.C. — Amenófis II (Akheprure), assume o trono do Egito devido à morte de seu pai. Teve necessidade de afirmar sua autoridade. Seus feitos militares não passaram de demonstração de força para intimidar aqueles que conspiravam contra o seu reinado. Atacou a Síria em poder dos mitanitas, entretanto o resultado foi duvidoso, uma vez que o Egito perdeu terreno na região. O ataque foi uma resposta às constantes incursões das tropas do Mitanni em territórios egípcios e uma advertência às outras potências da região — hititas e babilônios que vinham se recuperando de um período de fraqueza.
· 1414 a.C. — no nono ano de seu governo, Amenófis recebeu presentes das outras três potências da época: hurritas, hititas e babilônios. Era um sinal de possível acordo diplomático entre os quatro grandes impérios na região. Os hititas e os babilônios vinham se recuperando de um período de relativa fraqueza, enquanto os hurritas estavam no auge de seu poder.
· 1410 a.C. — na Mesopotâmia, o sumo-sacerdote da cidade de Assur, na Assíria, faz-se aclamar rei, submetendo-se à vassalagem aos hurritas do Mitanni.
· 1400 a.C. — O rei de Mitanni, Saustatar, conquista a Assíria e reconquista a Síria.
· 1400 a.C. — O rei de Mitanni, Artatama e o faraó egípcio Tutmósis IV assinam um tratado de paz; de inimigos, tornaram-se aliados, cedendo-lhe os territórios em disputa. Isso porque os hititas começaram a sua expansão através de suas fronteiras ao norte da Mesopotâmia, agora decididos a construir um império na Ásia. Esse acordo evitava guerra em duas frentes, concentrando a luta contra os novos vizinhos com quem disputavam a Anatólia, a Cilícia e a Síria. Provavelmente foi Arnuwandas II quem iniciou esse primeiro ataque fora das fronteiras naturais da Anatólia. Apesar da fraqueza dos reis hititas entre os anos de 1590 a 1375 a.C., eles conseguiram preservar os domínios hititas de mudanças fundamentais, embora o império sofresse constante pressão externa dos hurritas do Mitanni. Para a sorte da terra de Hatti, os hurritas sofriam concorrência dos egípcios pelo controle da Síria e Fenícia, aliviando a pressão sobre eles, dando-lhes condições de manter-se frente aos mitânios.
· 1396 a.C. — na Mesopotâmia, com a destruição gradativa do poder dos hurritas pelos hititas, o rei de Assur reconquista os territórios assírios aumentando gradativamente o seu poder.
· 1386 a.C — Eriba-Adad I torna-se rei da Assíria; aliando-se aos hititas na Mesopotâmia contra os hurritas do Mittani, vai ocupando os territórios dos mitanitas à medida que estes são vencidos pelos hititas. É o início do poder da Assíria.
· 1370 a.C. — fim do reino do Mitanni; os hititas liderados por Shuppiluliumas, dispondo dos mesmos recursos e técnicas militares semelhantes aos hurritas, arrasaram a capital desse reino — a cidade de Nuzi — e, embora a saqueassem, não escravizaram sua população. Numa só batalha todo o reino foi submetido e seus súditos enfileirados nos exércitos hititas. Os hurritas foram tratados como povo federado ao império dos hititas, pois ambos pertenciam à mesma etnia. Também era a política de evitar a revolta dos povos submetidos. Seu líder subtraiu do território dos hurritas a Síria e a região da cidade de Karkemish, fundando diversos pequenos reinos, entregando-os a seus filhos. Essa vitória se deveu ao rei hitita Shuppiluliumas e ao novo minério até então desconhecido para eles: o ferro — somente os hititas conheciam a fonte da matéria-prima e a técnica de fundi-lo para a forja adicionando-lhe oxigênio. Com a destruição do Mitanni, os hititas ocuparam suas terras entre o rio Tigre e o Orontes, e passam a disputar com o Egito os territórios da Síria-Canaã e Fenícia; os assírios reconquistaram a independência de Nínive e todos os territórios na Mesopotâmia que antes lhes pertenciam, ocupando o norte e o centro da região, fundando o que viria a ser por 747 anos o Império Assírio.

Fontes: Wikipédia / Wikilingue / Assis.unesp.br / Tede.biblioteca.ucg.br


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► Hurritas, ancestrais dos povos da India

► Sargão II x Rusa I

► A formação do Estado militar Hitita

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