sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O Primeiro Imperador Chinês

Chin Shi Huang-Di unificou a China, construiu a Grande Muralha, padronizou a escrita, a burocracia, a educação, as leis, a moeda, e as unidades de pesos e medidas. Ele expandiu o Império Chinês e construiu sua capital (Xian), assim como uma rede de estradas, fortificações e grandes palácios


Chin Shi Huang-Di, o primeiro imperador Chinês.

Chin Shi Huang-Di se tornou rei do estado chinês ocidental de Chin no ano 247 a.C. Sob o nome de Ying Jien, o novo monarca contava com apenas 13 anos de idade.

Naquele tempo, a China antiga era formada por sete estados guerreiros. Durante o reinado de Ying Jien, Chin se fortaleceu às custas de batalhas sangrentas com os outros seis estados. Em um momento que definiu o temperamento do rei, 10.000 prisioneiros do estado de Zhao foram executados, quebrando assim uma tradicional regra da guerra que defendia a proteção dos presos.

Em um prazo de sete anos, Chin estava a ponto de dominar a maioria de seus estados vizinhos. Enquanto ele se encarregava de eliminar os inimigos estrangeiros, membros de sua família sonhavam em derrubá-lo. Sua própria mãe e seu novo companheiro, um homem que lhe deu dois filhos em segredo, não conseguiram derrubar Ying Jien. Depois de uma nova tentativa de assassinato brutal no ano de 227 a.C., o rei decidiu instituir um controle impiedoso para todos, independente do nível hierárquico ou do vínculo familiar.

Depois de uma grande batalha com o estado de Chu no ano de 223 a.C., Ying Jien conseguiu realizar seu sonho: a unificação de toda a China. Com a idade de 34 anos, Ying Jien se tornou o Primeiro Imperador da China, e chamou a si mesmo de Chin Shi Huang Di, que em chinês significa literalmente significa: “o primeiro Deus divino de Chin”. Para surpresa de sua corte, o novo imperador dissolveu as normas feudais e em seu lugar instaurou um novo sistema de governo, una filosofia totalitária que criou novas leis para todos os aspectos da vida diária. Estas leis eram supervisionadas por uma série de governadores, que as aplicavam com brutal eficiência.

No ano 220 a.C., Chin começou a construir a Grande Muralha da China, o projeto de engenharia mais grandioso da Antigüidade, concebida como uma barreira para isolar o Império. Até o ano 215 a.C., a enorme tumba que ele mesmo idealizou para se proteger depois da morte também ficou pronta. Foi precisamente nesta época, quando o imperador, estimulado pela desconfiança e pela paranóia, começou a tomar repetidas doses de mercúrio para prolongar sua vida (naquela época, acreditava-se que o mercúrio favorecia a longevidade).

Para controlar o livre pensamento, seu primeiro-ministro, Li Si, expandiu o totalitarismo, queimando bibliotecas inteiras de escrituras em bambu. A história completa da China e de todos os seus pensamentos filosóficos foram eliminados no ano de 213 a.C., permitindo unicamente a conservação de textos legais médicos e de agricultura.

Sete anos depois, o imperador da China começou sua cruzada em busca da imortalidade. O mercúrio envenenou seu corpo e sua mente. Seus rins começaram a falhar, e no sétimo mês do ano 210 a.C., o Primeiro Imperador da China deixou de existir. Um golpe para mudar seu regime triunfou pouco depois de sua morte, e sua dinastia desapareceu para sempre.

A dinastia Chin terminou justamente depois de sua morte, mas a China unificada permaneceu como tal durante mais de 2.000 anos.

Um Legislador Supremo

Seu nome completo era Chin Shi Huang-Di, nome que outorgou a um país que existia há mais de 2.000 anos. Com o passar dos séculos, "Chin" evoluiu até se transformar em "China".

Ele unificou sozinho a China, liderando dez vezes mais súditos que os faraós do Egito.

Governou entre os anos 246 e 210 a.C., duzentos anos antes do nascimento de Cristo.

Precisou de menos de 40 anos para completar seu império. Um império que perdurou 1.000 anos a mais que o romano.

Tornou-se o líder de um império de milhares e milhares de quilômetros, com uma população estimada de 30 milhões de habitantes. • Ergueu a Grande Muralha da China em um imenso projeto, que unificou as construções já existentes com o objetivo de criar uma única e enorme muralha de mais de 5 mil quilômetros de comprimento. No auge de sua construção, mais de 700.000 pessoas foram escravizadas para realizar seu propósito.

Seus arqueiros usavam um arco equivalente a um fuzil soviético AK47, cujas partes eram intercambiáveis e produzidas em massa.

Um Líder Obsessivo

O Imperador era obcecado pela imortalidade e tomava mercúrio para prolongar sua vida, apesar do hábito tê-lo conduzido à loucura e provavelmente acelerado sua morte.

Depois de ter sobrevivido a várias tentativas de assassinato, ele nunca dormia na mesma cama mais de duas vezes.

Um general que havia se rebelado contra ele aceitou cortar sua própria cabeça para que fosse apresentada diante do Imperador e assim criar uma nova oportunidade para que seus oponentes pudessem assassiná-lo.

Mais de 500.000 soldados do reino de Chu morreram na frente de batalha quando se atreveram a enfrentar o exército do Imperador.

Foi um inimigo feroz do Confucionismo, que substituiu por uma rígida filosofia legalista. Quatrocentos e sessenta eruditos confucionistas foram enterrados vivos depois de desafiar seu regime.

Ordenou uma das primeiras queimas de livros da História, destruindo praticamente todos os escritos de seu Império.

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