terça-feira, 3 de agosto de 2010

Cassitas

Os cassitas foram uma tribo do Antigo Oriente que controlou a Babilônia após a queda do Primeiro Império Babilônico cerca de 1531 a.C. O reinado dos cassitas durou até 1155 a. C., quando
foram derrotados pelos elamitas.





Origem

Os cassitas estabeleceram-se em cerca de 1800 a.C. na região oeste do Irã. Lá eles fundaram seus povoamentos, dos quais pouco se sabe.

São um dos povos com origem mais misteriosa dentre os vários que povoaram a antiga Mesopotâmia. Acredita-se que chegaram à Babilônia através dos Montes Zagros. As primeiras menções dos cassitas os situam no século XVIII a.C., quando atacaram a Babilônia no nono ano de reinado de Samsu-iluna (o qual reinou entre 1686–1648 a.C.), filho de Hammurabi. Samsu-Iluna repeliu a invasão, porém os cassitas conquistaram o norte da Babilônia após a queda desta para os hititas em 1531 a.C., terminando por conquistar também a parte sul em 1437 a.C..

Dinastia Cassita da Babilônia

Não se conhece o modo como os cassitas ocuparam o trono da Babilônia, após a queda da cidade perante os hititas. Provavelmente, o primeiro rei cassita da Babilônia foi Agum II, que trouxe a estátua do deus Marduk de volta para a cidade, após ela ser roubada pelos hititas.

Governo

Os cassitas mantiveram a cultura e as tradições babilônicas, mas transformaram o reino com uma ampla reestruturação administrativa e a adoção do sistema feudal.

Houve um descenso no número de habitantes nas cidades e um aumento de grandes povoados e aldeias, o que poderia significar uma melhor partilha da terra de cultivo e a segurança suficiente para estabelecer-se fora da proteção das cidades.

Documentos mostram que os cassitas desenvolveram a economia pela propriedade feudal, usando terrenos para agricultura e domesticação de animais, inclusive preparando pequenas carruagens para exportá-los e trocar por matéria-prima.

A nobreza cassita mantinha mão de ferro nas áreas rurais, sendo que os cassitas mais ricos possuíam grandes propriedades rurais. Muitas destas tiveram suas origens em doações reais por serviços prestados a funcionários públicos dedicados, sendo que muitos privilégios estavam ligados a tais concessões. A partir da época de Kurigalzu II, estes privilégios e/ou concessões foram registrados em tábuas de pedra, ou, em geral, em pedras-marco de fronteiras, chamadas de kudurrus. Estas pedras-marco tinham pinturas em baixo-relevo, muitas vezes uma variedade de símbolos religiosos, e freqüentemente continham detalhadas inscrições dando as fronteiras da área considerada.

Os cassitas formavam uma reduzida elite social disseminada pelo território, sendo o núcleo do exército, do governo e da corte. A ascensão da dinastia cassita ao trono da Babilônia não supõe ter havido uma ruptura cultural nem política, e pouco a pouco foram sendo diluídos nos elementos acádios e sumérios originais.


Mapa mostra a área de influência do povo
Cassita, entre os anos 3000 a 1000 a.C..

Os cassitas impuseram a paz e a ordem no território, criando um período de estabilidade, proporcionando uma grande prosperidade.

Os cassitas criaram uma rede de províncias para administrar o reino, geralmente governadas por personagens locais. Em nível internacional, Babilônia fica distante do centro político, já que primeiro Mitanni e também a Assíria criam obstáculos para a sua saída ao norte. Ainda assim, os contatos e relações comerciais são frequentes.

Os cassitas tinham interesse em comerciar seu lápis lazuli e outros ítens por ouro, bem como em planejar casamentos políticos. Karaindash organizou um serviço de correio regular entre a Babilônia e o Egipto. Kurigalzu I financiou com ouro egípcio a construção de sua nova capital, Dur-Kurigalzu. Kadashman-Enlil I ofereceu, primeiramente, sua irmã e, posteriormente, sua filha em matrimônio com Amenhotep III. Tem-se registros através das cartas encontradas em Tell el-Amarna das negociações que levaram a cabo de ambos monarcas para estabelecer uma contrapartida em ouro. Também sabe-se das relações comerciais que mantiveram o hitita Hattusili III e Kadashman-Enlil II. Escavações realizadas na década de 1960 na área do Bahrein, em cuja ilha está localizado um assentamento comercial e uma fortaleza, e textos localizados em Nippur, sugerem que essa zona do Golfo Pérsico era governada por reis cassitas.

Guerras

O rei Ulamburiach, por volta de 1490 a.e.c., reunindo seus carros e famosos arqueiros cassitas, dirigiu-se para o sul, destronou o último rei da Dinastia Terra-Mar, Eagamil, e apossou-se efetivamente de todo o Shumer.

Kurigalzu II (c. 1332-c. 1308) lutou contra os assírios, mas foi derrotado. Seus sucessores buscaram alianças com os hititas a fim de tentar parar com a expansão destes mesmos assírios.

Durante o reinado de Kashtiliash IV (c. 1232-c. 1225), a Babilônia entrou em guerra em duas frentes ao mesmo tempo, contra o Elam e a Assíria, culminando na catastrófica invasão e destruição da Babilônia por Tukulti-Ninurta I. Apenas na época dos reis Adad-shum-usur (c. 1216-c. 1187) e Melishipak (c. 1186-c. 1172) é que a Babilônia foi novamente capaz de experimentar prosperidade e paz. Seus sucessores foram novamente forçados a lutar, enfrentando o monarca conquistador Shutruk-Nahhunte do Elam (c. 1185-c. 1155). Os Elamitas finalmente destruíram a dinastia dos cassitas durante estas guerras (cerca de 1155).

O Fim da Dinastia Cassita

No século XIII a.C., os cassitas declararam guerra contra Elam e a Assíria, suscitando em um grande desastre que apressaria o fim seu reinado pela Babilônia.

O sucessor de Marduk-apal-ididna, Zababa-chum-iddina, reinou apenas um curto ano. Na Crônica Sincronística, lemos:

"No tempo de Zababa-chum-iddina, Rei de Carduniach(Reino Cassita) e de Assur-dan, Rei da Assíria, este marchou contra o país de Carduniach e conquistou a cidade de Zabau Irria e Acarrallu, levando para a Assíria um rico Butim".

Apesar de estas "cidades" não serem senão grandes terras limítrofes do reino e de tratar-se de simples incursão, bastaram para distrair a atenção do rei da Babilônia. O rei de Elam - que só esperava o momento propício - aproveitou a oportunidade e invadiu a planície, derrotou e fez prisioneiro Zababa-chum-iddina, chegou até Sippar e concretizou finalmente seu grande sonho de pôr fim à dinastia cassita.

Organizada a nova província de seu império, ali deixou como governador seu filho, e voltou triunfalmente à Susa seguido por uma longa fila de carros carregados de butim e obras de arte, dentre as quais as duas famosas "Estelas de Naram-Sin e a de Hammurabi".

Por volta de 1155 a.C., os Elamitas destroem definitivamente o império cassita após longos conflitos sustentados por mais de meio século, principalmente após uma imposição do rei Shutruk-Nahhunte aos derrotados povos da Babilônia em cederem seu território aos elamitas.

Escrita

O domínio da dinastia cassita foi marcado por uma significativa produção literária. Algumas das obras do período configuraram um padrão para épocas posteriores, até mesmo para a redação da epopéia de Gilgamesh.

A poesia e a literatura científica apenas de forma gradual começaram a se desenvolver a partir de 1400. A existência de obras anteriores é vista de forma bastante clara na poesia, listas filológicas e coleções de augúrios, cuja existência já é comprovada por 1300 ou mesmo antes, material vindo de regiões como na capital hitita de Hatusa, na capital síria de Ugarit, e em lugares distantes,como a Palestina.


Detalhe de um selo cilíndrico Cassita.

Algum tempo depois, outras obras começam a surgir,como diagnósticos médicos, receitas, mais listas de palavras sumérias e acádias, bem como coleções astrológicas e augúrios com suas interpretações.

A maior parte destas obras são conhecidas em nossos dias a partir de cópias mais recentes. Da cultura cassita, o resquício mais notável encontrado foi o poema ‘Enuma Elish’, ou Epico Babilônico da Criação do Mundo, que conta a história do jovem deus Shuqamuna (Marduk) até sua ascensão ao poder, após derrotar as caóticas forças do mal. Este épico era recitado durante o Festival de Ano Novo, tendo a tradição durado por quase mil anos.

A literatura desta época contém muito poucas palavras em cassita. Registros recentes mostraram que cerca de 300 palavras de origem cassita constam em documentos da Babilônia.

Fontes: Infoescola / Wikipédia / Templo de Apolo / Portal EmDiv / Angelfire

3 comentários:

Getulio Balbino disse...

Fascinantes seus blogs, parabéns.
Estou aprendendo e em breve, se Deus quiser, estarei postando algo interessante.
getuliobalbino@oi.com.br

Unknown disse...

Parabens blog sensacional
Me ajudou demais

Unknown disse...

existe muita pouca coisa sobre os cassitas,ajudou me muito gratidão