quarta-feira, 7 de julho de 2010

Olmecas

Os olmecas estabeleceram uma das mais antigas civilizações das Américas. Eles difundiram seus conhecimentos do litoral do Golfo até o litoral do Pacífico, El Salvador e Costa Rica.




A história olmeca tem início em San Lorenzo, onde os traços olmecas característicos começaram a surgir antes de 1 200 a.C.. O desenvolvimento da civilização nesta zona beneficiou da ecologia local de solos aluviais bem irrigados, o que permitia elevada produção de milho.

Graças ao aprimoramento das técnicas agrícolas, eles puderam vencer as hostilidades do meio e sustentar grandes populações. A partir desse quadro de desenvolvimento, a expansão das áreas ocupadas e o surgimento de núcleos urbanos aconteceram paulatinamente.


Mapa de sítios olmecas.

A sustentação de muitos desses centros urbanos, erguidos em zonas atingidas por grandes enchentes e secas, ocorreu graças à invenção de um sistema de aquedutos que canalizavam as águas para serem consumidas nas épocas mais quentes. Além disso, podemos observar que a expansão desta civilização também esteve ligada ao desenvolvimento de atividades comerciais, que integraram várias regiões americanas.

A antiga cidade de San Lorenzo é considerada um dos mais significativos polos irradiadores do povo olmeca. Algumas pesquisas sugerem que o processo de desenvolvimento dessa cidade aconteceu graças à vastidão dos recursos hídricos. Além disso, acredita-se que uma elite tenha dominado politicamente o local, tendo em vista a grande quantidade de artefatos luxuosos identificados na região.

Uma das mais eminentes provas desse requinte material de San Lorenzo se atesta na existência de um grande templo repleto de grandes cabeças esculpidas em pedra basalto. Ainda hoje, não se sabe qual o exato significado dessas representações no contexto cultural olmeca.

O esplendor e alto grau de desenvolvimento de San Lorenzo foram perdendo o seu espaço entre os anos de 950 e 900 a.C.. As esculturas foram sendo depredadas e as residências abandonadas. Apesar de não existirem justificações precisas sobre esse episódio da história olmeca, alguns historiadores suspeitam que um conflito interno tenha impulsionado esta debandada.

Riqueza e poder na Mesoamérica

Entre 900 e 400 a.C., o centro da civilização olmeca foi La Venta, cidade erguida em uma enorme planície na região do atual estado de Tabasco, no México.

O primeiro centro olmeca, San Lorenzo, foi abandonado quase totalmente por volta de 900 a.C., praticamente ao mesmo tempo que ocorreu o florescimento de La Venta.

A destruição quase total de muitos dos monumentos de San Lorenzo, ocorreu também neste período, cerca de 950 a.C., o que pode indicar uma sublevação interna, ou menos provavelmente, uma invasão.

Nesse período entre 900 e 400 a.C.,, viviam em todas as cidades olmecas cerca de 350 mil pessoas.
A agricultura era a base da economia. As colheitas eram generosas. Ao longo das margens dos rios fertilizadas pelas cheias, plantava-se milho, feijão, abóbora e chili.

A caça e pesca era complementava a dieta, além de da coleta sistemática de frutas e tubérculos silvestres. A agricultura era do tipo coivara, com a prática de queimadas para limpar o terreno e adubá-lo com as cinzas para o próximo plantio.


Uma das quatro cabeças colossais encontradas
em La Venta. Altura aproximada 3 m.

As práticas comerciais tornaram a sociedade hierarquizada, com sofisticada organização política e social. Além de integração, havia migração entre as cidades e nasceram novos tipos de profissionais, como escultores lapidadores e outros.

Durante este período foram ali erigidos vários complexos cerimoniais, entre os quais a Grande Pirâmide.

Declínio

Não se sabe com clareza o que provocou a eventual extinção da cultura olmeca. Sabe-se que entre 400 e 350 a.C., a população da porção oriental da Área Nuclear Olmeca decresceu fortemente, e esta área manter-se-ia pouco habitada até ao século XIX. Esta perda de população parece ter sido originada por fatores ambientais: talvez resultado de mudanças nos cursos de rios importantes, ou do seu assoreamento devido às práticas de cultivo.

Qualquer que tenha sido a causa, poucos séculos após o abandono das últimas cidades olmecas, haviam-se estabelecido firmente culturas sucessoras. O sítio de Tres Zapotes, na orla ocidental da Área Nuclear, continuaria a ser ocupado bem para além de 400 a.C., mas sem os traços típicos da cultura olmeca. Esta cultura pós-olmeca, frequentemente designada epiolmeca, tem características semelhantes às encontradas em Izapa.

Organização social e política

São poucos os conhecimentos obtidos de forma directa sobre as estruturas social e política da sociedade olmeca. Embora a maioria dos estudiosos assuma que as cabeças colossais e outras esculturas são representações de governantes, não existe nada semelhante às estelas maias, onde são referidos os nomes de governantes específicos e as datas em que governaram.

Como tal, os arqueólogos dependem dos dados que possuem, tais como os levantamentos de sítios arqueológicos feitos em várias escalas. Ocorre uma centralização considerável no interior da área nuclear olmeca, primeiro em San Lorenzo e depois em La Venta. Nenhum outro sítio da área nuclear olmeca se aproxima destes dois em termos de dimensão e qualidade da arquitectura e escultura. Por exemplo Diehl, refere-se a San Lorenzo e La Venta como "Cidades Reais e Rituais".

Esta centralização demográfica leva os arqueólogos a propor que de um modo geral a sociedade olmeca era também ela mesma altamente centralizada, com uma estrutura fortemente hierarquizada, concentrada inicialmente em San Lorenzo e mais tarde em La Venta, com uma elite capaz de utilizar o seu controlo sobre materiais como a pedra para monumentos e água para exercer a liderança e legitimar o seu regime.

Porém, duvida-se que mesmo durante os seus apogeus San Lorenzo e La Venta tenham controlado toda a área nuclear olmeca, apesar da sua dimensão. Existem algumas dúvidas, por exemplo, sobre se La Venta controlava Arroyo Sonso, situado apenas a 35 km de distância. Estudos sobre os assentamentos dos Montes Tuxtlas, a cerca de 60 km de distância, indicam que esta área era constituída de comunidades mais ou menos igualitárias fora do controlo dos centros das terras baixas.

Escrita


Possíveis hieróglifos Olmecas.

Os olmecas poderão ter sido a primeira civilização do hemisfério ocidental a desenvolver um sistema de escrita. Símbolos descobertos em 2002 e 2006 foram datados de 650 a.C. e 900 a.C. respectivamente, precedendo a mais antiga escrita zapoteca datada de 500 a.C..

A descoberta de 2002 no sítio arqueológico de San Andrés, em Tabasco, mostra uma ave, rolos de discurso, e glifos semelhantes aos hieroglifos maias posteriores.

Conhecida como o bloco de Cascajal, a descoberta de 2006 feita num local próximo de San Lorenzo, mostra um conjunto de 62 símbolos, 28 dos quais são únicos, gravados num bloco de serpentina. Um grande número de arqueólogos proeminentes considerou que esta descoberta será "a mais antiga escrita pré-colombiana". Outros permanecem cépticos por causa da singularidade desta pedra, que está no facto de ter sido removida de qualquer contexto arqueológico, e porque não apresenta qualquer semelhança aparente com qualquer outro sistema de escrita mesoamericano.

Existem também glifos mais tardios bem estudados conhecidos como epiolmecas, e apesar de existir quem creia que a escrita epiolmeca poderá representar um escrita de transição entre a escrita olmeca mais antiga e a escrita maia, tal conclusão não é consensual.

Arte


Vasilha em forma de peixe, séculos XII-IX a.C.

As principais formas artísticas olmecas que sobreviveram ao passar dos séculos são a estatuária monumental e pequenas obras em jade. Muita da arte olmeca é altamente estilizada e usa uma iconografia que reflete um significado religioso. Contudo, alguma arte olmeca é surpreendentemente naturalista, exibindo uma precisão relativamente à anatomia humana provavelmente apenas igualada na América pré-colombiana pela melhor arte maia da era clássica. Motivos comuns incluem bocas descaídas e olhos mongólicos, ambos vistos como representações dos jaguares-homens.

Além de temas humanos, os artesãos olmecas dedicavam-se à representações de animais.

Enquanto as figuras olmecas são encontradas abundantemente em sítios datados de todo o período formativo, são os monumentos em pedra como as cabeças colossais a imagem de marca da cultura olmeca. Estes monumentos podem ser divididos em quatro classes:

· Cabeças colossais.
· "Altares" rectangulares ou, mais provavelmente, tronos, como o Altar 5 mostrado acima.
· Escultura, como os "gémeos" de El Azuzul ou do monumento 1 de San Martín Pajapan.
· Estelas, como o Monumento 19 de La Venta acima. Estes monumentos foram de um modo geral criados mais tarde que os tipos anteriores. Com o tempo evoluíram de simples representações de figuras, como o Monumento 19 ou a Estela 1 de La Venta, para representações de acontecimentos históricos, sobretudo actos de legitimação de governantes. Esta tendência culminaria nos monumentos pós-olmecas como a Estela 1 de La Mojarra, a qual combina imagens de governantes com escrita e datas de calendário.

Arquitetura

Os Olmecas construíram um grande centro cerimonial em (1250 a.C): San Lorenzo. Seus artífices levantaram uma grande plataforma com 45 metros de altura, alinhando praças retangulares de norte a sul.

A principal cidade (de que temos conhecimento) construída pelos Olmecas, foi San Lorenzo. Nela estão as cabeças colossais que devem representar seus líderes entre 1200 e 900 a.C.. A cidade disseminou sua influência tanto ao Norte como ao Sul, por meios pacíficos e belicosos.

A construção dos seus monumentos demonstra que foi necessário um grande esforço para se obter o efeito monumental que desejavam. Como não conheciam a roda nem utilizavam animais para a tração, essa energia sobre-humana foi gasta por aqueles homens que viviam nas proximidades dos centros cerimoniais e que, de alguma forma, eram obrigados a desempenhar tal esforço.


Altar de La Venta.

Por volta de 900 a.C., uma luta interna destruíu San Lorenzo e seus enormes monumentos foram aniquilados, senão totalmente, pelo menos em parte. Mas, a cultura iria reflorescer em outro lugar: La Venta.

Entre 900 e 400 a.C., foram erigidos vários complexos cerimoniais, entre os quais a Grande Pirâmide.

Como se vivessem num eterno desafio novas cabeças foram erguidas em La Venta, de proporções ainda maiores. As construções, dadas as suas dimensões, são admiráveis para a época. Surpreende-nos também os conhecimentos astronômicos e as habilidades nos cálculos.

Fontes: História do Mundo / Wikipédia


Leia também!

► Maias

► Zapotecas

► Astecas

► Mochicas

► Incas

Um comentário:

Unknown disse...

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