quarta-feira, 3 de março de 2010

Moabitas

Os moabitas foram um povo nômade que se estabeleceu a leste do Mar Morto por volta do século XIII a.C., na região que mais tarde seria chamada de Moabe.




Moabe é o nome histórico de uma faixa de terra montanhosa no que é atualmente a Jordânia, ao longo da margem oriental do Mar Morto. Na Idade Antiga, pertencia ao Reino dos Moabitas, um povo que estava freqüentemente em conflito com os seus vizinhos israelitas a oeste.

Origem

Segundo a Biblia (Gênesis 19.30-38), deu-se origem o povo Moabita através de um incesto, promovido pela filha mais velha de Ló, Sobrinho de Abraão, logo após a destruição de Sodoma e Gomorra. Depois de ser tirado de Sodoma pelos anjos, Ló não achou mais lugar para viver nas cidades, especialmente Zoar, e foi-se para as montanhas e habitou em uma caverna. Sua filha mais velha em uma conversa com a sua irmã mais nova, disse que o pai, Ló, já era homem velho e não havia nenhum outro filho homem para dar continuidade na linhagem do pai, coisa que o povo da época, levava muito a sério. Elas embebedaram o pai e as conceberam cada uma, um filho do próprio pai. A mais velha gerou Moabe, origem do povo Moabita e a mais nova gerou Ben-Ami, patriarca do povo de Amom.

Por ser Ló, sobrinho de Abraão, isso explica o porque dos Moabitas serem aparentados dos Hebreus, pois Abraão foi o patriarca do povo de Israel.

Quando a cidade de Ló estava sendo destruída, DEUS ordenou que ele e sua família fosse embora e não olhasse para trás. Quando estavam saindo, a esposa de Ló olhou para trás e virou uma estátua de sal.

Reino de Moabe


Mapa mostra o Reino de Moabe em 830 a.C..

A tribo desenvolveu-se no sudeste da Transjordânia, onde Ló poderá ter vivido depois da destruição de Sodoma. Depois que se tornaram fortes, expulsaram os emeus e ocuparam-lhes o país, desde o ribeiro de Zerede (Wâdi el-Hesa), que desagua no Mar Morto, na sua extremidade mais a sul, até “às planícies de Moabe”, que se situavam a nordeste do Mar Morto. Contudo, pouco depois da chegada dos israelitas, Seom, um rei amorreu, tomou de Moabe o território a norte do Arnom (Wâdi el-Môjib) e estabeleceu a sua capital em Hesbom. Moabe estendeu-se, depois, desde o Zerede até ao Arnom.


Reino de Moabe e as tribos Israelitas durante o período dos juízes.

Durante o início do período dos juizes, os moabitas, no reinado do rei Eglom, invadiram o oeste de Canaã, tomaram Jericó, a “cidade das palmeiras” e oprimiram o povo de Israel durante dezoito anos. No fim deste período, Eúde, um benjamita, assassinou Eglom no seu palácio, expulsou os moabitas novamente para este e livrou o seu povo da opressão. Mais tarde, durante uma época de fome que assolou o oeste da Palestina, Elimeleque, um cidadão de Belém, mudou-se para Moabe, onde os seus dois filhos casaram com duas mulheres moabitas - Orfa e Ruth. Depois que os três homens morreram, Noemi (a mulher de Elimeleque) e Ruth voltaram para Belém, onde Ruth se tornou na mulher de Boaz e, por consequência, numa antepassada de Davi. Saúl teve problemas com os moabitas, sendo bem sucedido nas batalhas em que os enfrentou.

Foram combatidos e subjugados por Davi, rei de Israel. Tornando Moabe um dos seus tributários.

Após a ruptura do Reino de Israel (Criação dos Reinos de Israel e Judá) , Moabe parece ter-se aproveitado da fraqueza de Israel para conseguir a sua independência.

Contudo, Onri, um rei forte, subjugou Moabe mais uma vez, forçando os moabitas a pagarem um pesado tributo anual ao Reino de Israel. Após a morte de Acabe, Mesa, o rei de Moabe, rebelou-se contra Israel e tentou recuperar o seu domínio sobre Moabe.


Quir-Haresete (Kerak) foi uma antiga fortaleza e capital
do Reino de Moabe, e a fortificação de pedra, o símbolo máximo
da arquitetura de defesa dos cruzados.

O rei Josafá de Judá e os reis de Edom e Israel juntaram-se em uma campanha contra Mesa. Embora os exércitos tivessem derrotado os moabitas, invadindo o seu país, destruindo muitas cidades e cercando a fortaleza de Quir-Haresete (Kerak), voltaram para as suas terras sem uma vitória determinada. O rei Mesa, de Moabe, aparentemente nessa altura, estendeu os seus domínios para norte e ocupou grande parte do território de Israel, tal como declara a Pedra Moabita. Mais no fim do reinado de Josafá, os moabitas, juntamente com os amonitas e os edomitas, invadiram Judá. Contudo, Deus fez com que eles se destruíssem uns aos outros e Josafá, rei de Judá, só teve que recolher os despojos (2Cr 20:1-30).

O exército moabita atacou Israel por altura das colheitas que se seguiram e possivelmente antes da morte de Eliseu (2Rs 13:20).

Estes ataques ilustram bem a hostilidade que os moabitas sentiram contra os seus vizinhos hebreus. Na bíblia os profetas denunciaram amargamente a hostilidade de Moabe.

No período imperial assírio, quando praticamente toda a Síria e Palestina se encontravam subjugadas pela Assíria, Moabe também se tornou num vassalo assírio, sendo freqüentemente mencionada nos registos assírios como tendo pago tributo.

Os reis moabitas que se seguem são mencionados pelo nome em registos assírios: durante o reinado de Tiglath-Pileser III (745-727 AC) - Rei Salamanu de Moabe; no reinado de Senaqueribe (705-681 AC) - Rei Kammusunadbi; sob Esaradom (681-669 AC) e Asurbanipal (669-627? AC) - Musuri e Kamashaltu.

Quando os Babilônios conquistaram o Império Assírio, incorporam Moabe também ao seu território.

Durante o tempo de domínio persa, deu-se um influxo de árabes para o território de Moabe e os moabitas terão eventualmente perdido a sua identidade ao se unirem aos árabes nabateus, passando a fazer parte do reino Nabateu no tempo de Cristo. Depois de 105 DC, o antigo reino moabita foi anexado como parte da provincía romana da Arábia Petra.

Pedra Moabita


A estela de Mesha fotografada por volta de 1891 descreve a Guerra
do monarca Mesha contra os Israelitas.

Pedra Moabita ou Estela de Mesa, é uma pedra de basalto, com uma inscrição sobre Mesa, Rei de Moabe. Este registra a conquista de Moabe por Omri, Rei de Israel Setentrional. Após a morte de Acab, filho de Omri, Mesa revolta-se depois de prestar vasalagem por 40 anos. Esta inscrição completa e confirma o relato bíblico em II Reis 3:4-27. A estela teria sido feita, aproximadamente, por volta de 830 a.C..

A estela foi adquirida em Jerusalém pelo missionário alemão F. A. Klein , em 1868. Encontrada em Díbon, a antiga capital do Reino de Moabe, a 4 milhas a Norte do Rio Árnon. Encontra-se no Museu do Louvre, em Paris. Com a excepção de algumas variações, mostra que a escrita dos moabitas era idêntica ao hebraico.

A Pedra Moabita confirma o nome de locais e de cidades moabitas mencionadas no texto bíblico: Atarote e Nebo (Números 32:34,38), Aroer, o Vale de Árnon, planalto de Medeba, Díbon (Josué 13:9), Bamote-Baal, Bet-Baal-Meon, Jaaz [em hebr. Yáhtsha] e Quiriataim (Josué 13:17-19), Bezer (Josué 20:8), Horonaim (Isaías 15:5), e Bet-Diblataim e Queriote (Jeremias 48:22,24).

Língua

A língua moabita era parecida com o hebraico, contendo algumas variantes dialéticas em relação ao hebraico bíblico, tal como se pode ver nas inscrições da Pedra Moabita.

Religião

A religião moabita era politeísta. O deus principal era Quemos (Jr 48:13), cujo nome surge na Pedra Moabita (linhas 3, 5, 9, etc.) e em nomes próprios tais como Kammusunadbi e Kamashaltu, já anteriormente mencionados.


deus Quemos.

Durante uma campanha militar dos Reinos de Judá, Edom e Israel contra Moabe o rei mesa de Moabe desesperado diante da derrota teve como última alternativa sacrificar a seu deus Quemos o seu filho(II Reis 3: 26-27):

Desesperado, ouvindo os gritos de guerra dos israelitas e seus aliados do outro lado dos muros da cidade, Mesa olhava em volta e procurava uma maneira de escapar daquela situação. Tentou enviar setecentos homens que haviam sobrevivido ao ataque para romper as linhas inimigas, de modo que pudesse fugir para a Síria. Não deu certo. Só lhe restava mesmo o auxílio sobrenatural.
— Filho, venha cá.
Após proferir uma breve prece, Mesa imolou seu filho e herdeiro do trono nas muralhas da cidade, como um sacrifício a Quemos, seu deus. Aterrorizados com a cena, os israelitas fugiram.


Em Nm 25:3 e noutras passagens, Baal de Peor é mencionado provavelmente como uma deidade moabita local. O nome da deusa Ashtar também é mencionado na Pedra Moabita e na coluna de Balu‘a, encontrada em Balu‘a e apresentando um deus semelhante a uma deidade egípcia. 2Rs 3:27 confirma que os moabitas ofereciam, ocasionalmente, aos seus deuses alguns sacrifícios humanos.

Fontes: Wikipédia / Bíblia / Site Jesus Voltará

41 comentários:

Pb. Valdemir e Carol disse...

Parabens pelo belo trabalho!
Que Deus continue o utilizando como canal de benção.

Espero você no nosso Blog
www.paoevida.net
Antigo Testamento

Unknown disse...

É muito bom ter um acervo desta estirpe parabéns amado pelo trabalho está show!!!

Júlio Cesar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Júlio Cesar disse...

Parabéns Jovem pelo site. E grande valia. Teu esforço, amor e empenho demonstram tua caminhada. Julio Cesar

Matheus disse...

Parabéns muito bom! Achei muito interessante seu trabalho!!

Unknown disse...

Parabéns, seu trabalho tem sido muito útil e de grande valia para todos nós. Que Deus te abençoe a cada dia.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Porque não foi mencionado que a mesma pedra moabita revela o tetragrama do nome do Deus todo poderoso Jeová ? Isso e fato , Não se pode omitir uma informação tão importante .

Unknown disse...

Aleluias, maravilho que Deus continue te abençoando grandemente,visite tambem o meu blog
acontecendonomundo.com.br

Unknown disse...

é realmente um acervo que nos ajuda a compreender um pouco mais sobre a historia dos moabitas que está diretamente ligada ão povo de israel.obrigado DEUS ABENÇOE.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

é realmente um acervo que nos ajuda a compreender um pouco mais sobre a historia dos moabitas que está diretamente ligada ão povo de israel.obrigado DEUS ABENÇOE.

Unknown disse...

muito boa essa materia nos ajuda a compreender sobre a historia de israel.

Unknown disse...

obrigado, irmão por dedicar seu tempo, a nos trazer informações, foi muito bem aproveitadas no meu estudo.

Unknown disse...

Muito bom este material sobre os moabitas.
paz e vida!

rozana ribeiro disse...

OLHA QUERIA QUE TIVESSE FALADO DAS VESTIMENTAS, TANTO DO USO HABITUAL DO HOMEM E DA MULHER.

DAVID PIMENTEL disse...

Excelente explicação. O irmão é de qual igreja?

Unknown disse...

Um texto muito claro e explicativo.

Unknown disse...

Um texto muito claro e explicativo.

Unknown disse...

Bela explicação. Pessoal Deus e denominação de Zeus o verdadeiro nome do eterno e o tetragrama sagrado. Nossa língua esta paganizada. Vejam os videos do Rosh Daniyel kadoshim no youtube.

Unknown disse...

Muito bom texto e explicações!!!

Unknown disse...

Espetacular, muito bom, nunca vi uma obra tão completa, meus parabéns

Unknown disse...

Nos escritos massoretos estão os relatos do tetagramá, creio que foi em Judá e não em Moabe.

Unknown disse...

Nos escritos massoretos estão os relatos do tetagramá, creio que foi em Judá e não em Moabe.

Unknown disse...

Olha eu só não estou entendendo uma coisa esse deus quemós dos Moabitas era o mesmo moloque que era oferecido crianças?

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Concordo
Queria saber como era o costume de vestimentas usado pelos moabitas

Unknown disse...

Estava querendo um estudo sobre os moabitas tirei todas as minhas dúvidas, Parabens.

Anônimo disse...

Ótimo professor que Deus continue te abençoando...

Elson Loureiro disse...

Tem me sido muito útil, quando preciso desenvolver um estudo biblico recorro a esse blog.
Parabens ilustre ´professor por esse trabalho de amor.

GladsonPendragon disse...

Apenas uma correção: Palestina é nome posterior a queda do templo de Jerusalém dado pelos Romanos às terras judaicas para tentar apagar da história o nome do Povo Escolhido.

Esse Texto exprime bem o que se passou:

בס"ד

"Palestina JAMAIS até hoje foi nome de um estado independente, província ou o que quer que seja... ademais, desde o seu surgimento com os gregos antigos até seu uso oficial pelos romanos, este nome NUNCA designou uma nação (grupo étnico, povo) então existente. O termo ''Palestina'' em si, fora uma mera nomenclatura criada simplesmente para efeito geográfico, utilizada no passado para indicar uma zona localizada mais ao sul da província romana da Síria, denominada ''Syria-Palaestina'', da qual, segundo relatos de viajantes dessa época, toda aquela extensa região houvera estado inabitada ou demasiado despovoada e entregue ao total abandono e esquecimento desde o século II d.C.
O nome ``Falastín``, em português ''Palestina'', que o mundo árabe o adotou e atualmente utiliza-o para se referir à essa suposta nação, sequer é uma palavra árabe; o nome Philistea ou Filístia, mais tarde ''Palestina'', remonta aos tempos ''bíblicos'' e provém da palavra hebraica ''Peleshet'' (פלשת), cuja a qual, é formada pela raiz (letras): ''pê'', ''lamed'' e ''shin'' (פ,ל,ש) do verbo ''invadir'' (לפלוש), e significa literalmente: ''terra (lugar) de invasor, intruso''. A reivindicação e o consequente uso do termo ''Palestino (a)'' para referir-se à uma nação (etnia) Árabe, é uma criação moderna, respaldados por interesses políticos e sem nenhum fundamento histórico; em poucas palavras, este conceito / ideia não possui sustentação alguma que lhe possibilite ser dado qualquer credibilidade junto ao prestigiado terreno acadêmico. A atual ''Cisjordânia'' ou ''Palestina'' é composta por parte das regiões descritas nas Escrituras (''bíblia'') como Judéia (nome helenizado e latinizado a partir do nome Yehudah (יהודה), durante o período dos gregos e romanos respectivamente); e Samaria (em hebraico: Shomron).

Em 1996, a Autoridade Palestina, entidade que governa os territórios árabes autônomos na região, que atuou exilada na Tunísia no período anterior, chegou até a ressuscitar a festa da primavera, restabelecendo o culto ao deus Baal e às antigas divindades de Canaã. Na ocasião, Yasser Arafat (1929-2004), chefe histórico da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), recebeu o título de “primeiro cananeu”."

Texto de um religioso, historiador, poliglota e formado em ciências sociais pela Universidade Hebraica de Jerusalém e um especialista em civilizações do oriente médio, em especial da história, cultura geral, como também religiosa e linguística do povo judeu. Shalom.

GladsonPendragon disse...

No mais, felicitações pelo seu blog, muito bem elaborado.

Unknown disse...

Muito bom obrigado ajudou muito!

GOODBRINDES VASILHAS E PANO DE PRATO PERSONALIZADO disse...

EXISTEM MOABITAS NOS DIAS DE HOJE.

Evangelista Francisco. disse...

Muito obrigado, pela bela explicação. Esta de parabéns, vou partilhar com os irmãos estas noticias, espirituais.

Unknown disse...

Muito bom!

Unknown disse...

PARABÉNS pelo excelente blog! Sou grata a Deus por ainda existirem pessoas, como você, com conhecimento profundo que enriquecem os que têm sede de um saber com bases sólidas e verdadeiras!

Unknown disse...

Muito bom conseguir tirar minhas dúvidas.Deus abençoe.

Unknown disse...

Uau que estudo maravilhoso!E também alguns comentários que enriquecer e muito o nosso conhecimento histórico.

Alex Junior disse...

Muito bom de grande aproveitamento esse conteúdo .
Enriquece no conteúdo principalmente para que gosta de ministrar a palavra de Deus continue com esse propósito!

Ailton Silva disse...

Então durante a divisão das heranças das tribos Deus ordenou que não atacassem os moabitas Dt 2.9?